O Rei do Gado é uma telenovela brasileira que foi produzida pela Rede Globo e exibida de 17 de junho de 1996 a 15 de fevereiro de 1997, totalizando 209 capítulos. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, teve a colaboração de suas filhas Edmara e Edilene Barbosa. Foi dirigida por Carlos Araújo e José Luiz Villamarim. Teve direção geral e de núcleo de Luiz Fernando Carvalho. Apresentou Antônio Fagundes, Raul Cortez, Patrícia Pillar, Glória Pires e Fábio Assunção nos papéis principais da trama. Míriam Giusti foi a criadora da famosa logomarca "RG", iniciais de "Rei do Gado". Sendo Designer/Proprietária da empresa EMAVE - Marcadores de Gado em Aço Inoxidável, destina as vendas de marcadores de gado para toda a América do Sul, sendo uma das empresas mais famosas deste ramo.
O Rei do Gado mostra o romance do latifundiário pecuarista Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) com a boia-fria Luana (Patrícia Pillar), ambos descendentes de duas famílias de imigrantes italianos rivais, os Mezenga e os Berdinazi, que fizeram fortuna no Brasil com criação de gado e plantações de café, respectivamente. A novela, dividida em duas fases, levantou um debate sobre a luta por posse de terra que ultrapassou o universo ficcional e ganhou repercussão na mídia e na sociedade em geral.
A primeira fase se passa em 1943, durante o período de decadência do café, a bela Giovanna (Letícia Spiller) vive sob ostensiva vigilância dos pais, Marieta (Eva Wilma) e Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira). A moça descobre a paixão nos braços de Henrico (Leonardo Brício), filho de Nena (Vera Fischer) e Antônio Mezenga (Antonio Fagundes), inimigos ferrenhos de sua família.
A segunda fase da novela tem início no final do sétimo capítulo, em 1996, quando o filho de Henrico e Giovanna já é um rico proprietário de terras e de milhares de cabeças de gado. Bruno Berdinazi Mezenga (Antonio Fagundes) – nome que recebeu em homenagem ao tio morto na Segunda Guerra – é conhecido por todos como o “Rei do Gado”. Com as referências do pai, escolheu o sobrenome Mezenga para sua assinatura, deixando de lado o Berdinazi e a história de sua família materna. Ele é um obstinado pelo trabalho, querido por seus amigos e empregados. Embora casado com Léia (Silvia Pfeifer), e pai dos jovens Marcos (Fábio Assunção) e Lia (Lavínia Vlasak), Bruno é um homem solitário, dedicado integralmente aos negócios. Léia, por sua vez, é amante do mau-caráter Ralf (Oscar Magrini), que só está interessado no dinheiro que ela pode lhe dar.
Chamou a atenção na trama a relação doentia de Léia (Silvia Pfeifer) com o amante, Ralf (Oscar Magrini). Ela dá dinheiro a ele, sustentando sua vida fácil, que inclui outras amantes. Malandro fino e envolvente, Ralf está de olho na fortuna que receberá no caso de Léia se divorciar de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes). Mas o marido desconfia da traição, põe um detetive para espioná-los e arma um flagrante; em seguida, abandona a esposa. Ralf também rompe com a amante que, desesperada, implora por seu amor. Ele a esbofeteia, dando início a uma história de violência e coerção, em que a obriga a extorquir dinheiro de Bruno e a aceitar sua vida de cafajeste. Volta e meia, Ralf a espanca.
Curiosidades:
Stênio Garcia, Bete Mendes, Antonio Fagundes e Patrícia Pillar foram escalados para passar um tempo no Mato Grosso pesquisando a região, suas paisagens e os tipos humanos locais. Ali Stênio Garcia foi construindo seu personagem que, junto com o de Bete Mendes, tinha a responsabilidade de representar na novela o clima bucólico da vida rural brasileira. Em depoimento ao Memória Globo, o ator contou que, ao trabalhar sobre a foto de Zé das Águas – um habitante local no qual os passarinhos gostavam de pousar –, ele pôde vislumbrar um personagem já realizado. A imagem havia sido um presente do poeta Manoel de Barros ao ator.
Antonio Fagundes conta que foi prometido ao elenco um intervalo de pelo menos um mês entre as duas fases da novela. Como ele fazia o avô na primeira e o neto na segunda, engordou para o primeiro personagem e esperava perder peso até a outra fase. Mas o intervalo foi de apenas 12 horas. Segundo o ator, os sete capítulos da primeira fase levaram cerca de três meses para ficar prontos, tamanho o capricho e a dedicação da equipe.
Alguns atores se submeteram a laboratórios intensos antes da novela. Letícia Spiller e Patrícia Pillar, por exemplo, ensaiaram com a atriz e bailarina Gisela Rodrigues, professora e pesquisadora do Departamento de Artes Corporais da Unicamp, para comporem suas caboclas. Leonardo Brício, Caco Ciocler, Manoel Boucinhas e Marcello Antony também fizeram laboratórios, sob coordenação do diretor Emílio de Biase. Eles viajaram para a região de Amparo, em São Paulo, onde tiveram várias aulas com os colonos locais, aprendendo a montar, cavalgar, bater feijão e colher café, entre outras atividades, para interpretar rapazes da roça.
Paralelamente à história romântica da primeira fase de O Rei do Gado, Benedito Ruy Barbosa fez o retrato de uma época que viveu pessoalmente. Na juventude, o autor morou em fazendas e acompanhou o recebimento do café, aprendeu a selecionar os grãos, conferir o peso, ver a amostragem das impurezas e o tempo da broca, etapas que mostrou na novela.
O Rei do Gado estreou dois meses após a morte de 19 trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. A reforma agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram abordados pela primeira vez numa telenovela. O tema teve grande repercussão na mídia e na sociedade em geral.
A novela marcou a estreia na TV Globo de Marcello Antony, Caco Ciocler, Emilio Orciollo Neto e Lavínia Vlasak.
Argentina, África do Sul, Canadá, Cuba, Grécia, Nicarágua, Noruega, Polônia e Rússia foram alguns dos mais de 30 países que exibiram O Rei do Gado.
Entre 15 de março e 13 de agosto de 1999, a novela foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo.
Foram lançados dois CDs da novela, O Rei do Gado 1 e 2. Juntos, garantiram a maior vendagem de cópias de trilhas de novelas até então. A dupla Pirilampo e Saracura assinou sete das 12 canções do segundo CD.
Volume I
Capa: Patrícia Pillar
"Rei do Gado" - Orquestra da Terra
"Coração Sertanejo" - Chitãozinho & Xororó
"Admirável Gado Novo" - Zé Ramalho
"La Forza Della Vita" - Renato Russo
"Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" - Roberta Miranda
"Correnteza" - Djavan
"À Primeira Vista" - Daniela Mercury
"Sem Medo de Ser Feliz" - Zezé Di Camargo & Luciano
"Doce Mistério" - Leandro & Leonardo
"Vaqueiro de Profissão" - Jair Rodrigues
"The Woman In Me (Need The Man In You)" - Shania Twain
"O Que Vem a Ser Felicidade" - Orlando Morais (part. esp. Dominguinhos)
"Cidade Grande" - Metrópole
"Caminhando Só" - Evara Zan
Volume II
"'Capa:"' Almir Sater e Sérgio Reis
"Cabecinha no Ombro" - Pirilampo e Saracura
"Mia Gioconda" - Chrystian & Ralf (part. esp. Agnaldo Rayol)
"Pirilume" - João Paulo & Daniel
"No Fim do Asfalto" - Orquestra da Terra
"Cortando Estradão" - Pirilampo e Saracura
"Vagabundo" - Pirilampo e Saracura
"Sia Mariquinha" - Dominguinhos
"Brasil Poeira" - Pirilampo e Saracura
"Boiadeiro Errante" - Pirilampo e Saracura
"Travessa do Rio Araguaia" - Pirilampo e Saracura
"Você Vai Gostar" - Pirilampo e Saracura
"Rei do Gado" - Pirilampo e Saracura
Prêmios:
- O Rei do Gado recebeu o Certificado de Honra ao Mérito no San Francisco International Film Festival, concorrendo com 1.525 produções de 62 países.
- A primeira fase da novela, considerada um dos grandes momentos da teledramaturgia brasileira, e cujos sete capítulos mostravam a decadência do ciclo do café e a participação do Brasil na II Guerra Mundial, foi transformada pela Divisão Internacional da Rede Globo na minissérie Giovanna e Henrico. A obra foi selecionada como hors-concours no Festival Banff, do Canadá, entre 720 produções de 38 países.
- O Rei do Gado conquistou excelentes índices de audiência e ganhou o Troféu Imprensa de melhor telenovela.
Abaixo a abertura da novela:
Para mais informações acesse o site da novela.
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